O VAMPIRO
(A Bíblia dos adolescentes)
Alcio
ZMF Editora
1º Edição
PRIMEIRA PARTE
PAVOR E ÊXTASE
CAPÍTULO 4
LÚCIA GARBO
Pág 18
...da peça, e o público havia se manisfetado com boas gargalhadas de aprovação. Depois de praticamente três anos em cartaz com uma mesma peça de sucesso, vez por outra eles sentiam necessidade disso, de molequemente escamotearem uma ou outra frase original do texto, e darem um colorido novo, "lubrificarem o roteiro um pouco", como diziam eles.
Naquela tarde de domingo, por volta das três horas da tarde, Lúcia Garbo estacionou o seu automóvel nas proximidades do teatro. Saltou rapidamente, com a fisionomia tensa, e procurou esgueirar-se o mais rápido que pôde para o interior do teatro. Assim mesmo, teve de dar cerca de meia dúzia de autógrafos antes de conseguir entrar.
Ia entrar no seu camarim, mas, de súbito, resolveu primeiro dar uma olhadela no palco, para ver se já chegara alguém. Ela estava muito hesitante e confusa naquela tarde.
Por detrás da coxia constatou que as luzes do palco estavam acesas. Espiou, e viu a novata Simone. As cortinas estavam fechadas e, Simone, sentada no chão em posição de ioga, entretinha-se em repassar os seus textos.
- Oi, Simone - disse-lhe Lúcia Garbo, com um suspiro.
A novata olhou na direção dela, e experimentou um arrepio de felicidade na alma. Era a primeira vez que, fora dos assuntos do texto, a grande estrela falava diretamente com ela.
Pôs-se de pé com um sorriso radioso.
- Oi, Lúcia...puxa, como você chegou cedo hoje.
- É - suspirou de novo Lúcia Garbo. Dizendo isso, fez um leve comprimento de cabeça, e retrocedeu na direção do seu camarim.
Simone ajeitou-se, suspirou desapontada, e voltou a compenetrar-se em seus textos.
Pág 18
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