O VAMPIRO
(A Bíblia dos adolescentes)
Alcio
(A Bíblia dos adolescentes)
Alcio
ZMF Editora
1º Edição
PRIMEIRA PARTE
PAVOR E ÊXTASE
CAPÍTULO 3
A CIDADE
Pág 14
...falam - a cada pegada que encontramos - do orgulho irredutível dos que ergueram do nada o apogeu de um Império.
Caminhemos, pois, a pé. Da cidade que lhe falo, os primeiros indícios que encontramos, ao longo mais obscuro de cada esquina, são fezes. Fezes eliminadas soturnamente durante a noite pelos que têm como teto as estrelas, e habitam o meio das ruas. Praticamente ao longo da maior parte das esquinas encontramos fezes pela manhã. E, pelo aspecto e consistência das fezes podemos constatar o quanto doente estão as pessoas que habitam as ruas. Mais adiante, forasteiro, há um menino de dois anos de idade sentado numa calçada. E - cena surrealista - tem no colo um menino de seis meses de idade. Pede esmola para o mais pequeno. Na quadra seguinte há um velho viaduto . Debaixo do velho viaduto, centenas de pessoas esfaimadas construiram suas casinholas com madeiras toscas surrupiadas das feiras, ou encontradas ao acaso. Há uma verdadeira comunidade instalada ali. Há até mesmo uma escola particular feita de madeira podre um pouquinho melhor. Hoje é dia de festa na escola, está escrito em spray num grande quadro na porta: "estamos comemorando o nosso terceiro aniversário. Obrigado a você que nos prestigiou". E escrito sem um erro de gramática. Absurdo? Forasteiro, forasteiro, você ainda não viu nada.
Logo adiante há os primeiros indícios de que nós, por descuido, nos aproximamos em demasia de alguns dos sem número de morros famosos. Por quê? Já vejo homens discretamente postados pelas imediações patrulhando algum ponto do território delimitado. Alguns deles trazem consigo de forma quase camuflada , um exemplar da última geração de armas manuais de guerra inventadas pelo mundo. Não são policiais, como seria lógico parecer. São guardiões de pontos de tóxicos. As armas que possuem, por fantasioso que possa parecer, superam em modernidade e (nem se fala) em munição...
Pág 14
Sem comentários:
Enviar um comentário